Uma das personagens reais mais emblemáticas da Segunda Guerra Mundial acabou de ganhar mais uma página não tão conhecida de sua jornada na história. O filme Anne Frank, Minha Melhor Amiga é baseado nas memórias de Hannah Goslar, amiga de infância de Anne Frank, que assim como a personalidade famosa, também vivenciou os horrores da perseguição aos judeus na Europa dos anos 40.
Anne Frank, Minha Melhor Amiga estreou na última terça-feira (01) na Netflix e já está no top 10 de filmes mais vistos da plataforma.
Com uma abordagem muita mais realista e menos saudosista da história amplamente conhecida dessa personagem história, o filme faz questão de abordar os fatos conforme as lembranças fiéis da narradora da história, trazendo ao público uma nova faceta de Anne Frank e da própria guerra.
Confira a seguir mais detalhes sobre o filme e a história real por trás dele.
Sobre Anne Frank, Minha Melhor Amiga
Nesse filme biográfico, Hannah e Anne são melhores amigas e confidentes desde a infância.
Quando a ameaça nazista se torna real para os judeus em Amsterdã, ambas veem a cada dia o cerco se fechando e a vida se tornando mais difícil para elas e suas famílias tão diferentes.
Ao mesmo tempo, o filme leva o espectador já para o campo de trabalhos forçados no qual Hannah e sua família estão presos, porém, ainda com vislumbres da amizade marcante entre as duas adolescentes até os momentos mais críticos.
As memórias da amiga que sobreviveu
Hannah Goslar é uma sobrevivente do holocausto, nascida em Berlim em 1928, mas que após a eleição de Adolf Hitler em 1933, foi obrigada, junto com a família, a se mudar para Amsterdã.
Foi nessa época que ela e Anne Frank se conheceram, já que ambas frequentaram a escola Sixth Public Montessori. De famílias judias, as amigas também frequentavam o Liceu Judaico, o que só estreitou ainda mais as relações entre elas.
Hannah e Anne conviveram até 1943, quando Goslar foi enviada junto com o pai, os avós maternos e a irmã mais nova para um campo de concentração conhecido como Bergen-Belsen.
Hannah e sua irmã mais nova sobreviveram durante 14 meses aos horrores do campo e foram libertadas com o fim da guerra em 1945. Seu pai e avós faleceram no cárcere de doenças não tratadas.
Em 1947 elas se mudaram para Jerusalém, lugar onde Hannah vive até hoje após ter se casado e tido três filhos.
As memórias da sobrevivente em relação a guerra e sua amiga que acabou se tornando famosa devido a publicação dos diários, foram capturadas muitas vezes ao longo das décadas, tanto em documentários sobre a vida de Anne Frank, quanto em obras literárias.
O material mais amplo sobre o convívio das garotas e a experiência na guerra de Hannah Goslar, foi publicado no livro Anne Frank: Reflections of a Childhood Friend, da autora especialista no Holocausto, Alison Leslie Gold.
O livro foi construído por meio de diversas entrevistas com a sobrevivente, e serviu como base tanto para o filme atual da Netflix, quanto para o longa de 2009, Mi Ricordo Anna Frank.
Recepção de Anne Frank, Minha Melhor Amiga
O filme holandês dirigido por Ben Sombogaart e protagonizado pelas atrizes Josephine Arendsen e Aiko Mila Beemsterboer, foi bem recebido tanto pela crítica especializada, quanto pelo público geral.
Em sua estreia nos cinemas da Holanda em 2021, o longa vendeu mais de 100 mil ingressos e foi premiado com o Golden Film.
Bastante elogiado justamente pelo fato de humanizar uma personagem que ao longo dos anos acabou sendo transformada em mártir por parte dos fãs de seus diários, o filme não tem medo de abordar as passagens menos populares de sua história.
Para além disso, Anne Frank, Minha Melhor Amiga não deixa de jogar um grande foco sobre o sofrimento dos judeus, surgindo como um verdadeiro tributo ao maior desejo de Frank: denunciar os horrores da guerra.
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E você, pretende assistir Anne Frank, Minha Melhor Amiga na Netflix? Quando terminar, não deixe de voltar aqui e nos contar a sua opinião sobre ele.
