Conheça a história real que inspirou “O Bombardeio”, mais novo drama militar da Netflix

O filme dinamarquês O Bombardeio se encontra entre os mais vistos da Netflix desde sua estreia na última quarta-feira (9) e muitas pessoas têm se perguntado se o caso relatado no longa é baseado em uma história real.

Como muitos já devem saber, a resposta é sim. O emocionante relato feito no filme realmente aconteceu e é uma das tantas histórias que se passaram durante a 2ª Guerra Mundial.

Dirigido por Ole Bornedal, o filme aborda o caso do bombardeio promovido pela Força Aérea Real Britânica que, de forma não premeditada, acabou atingindo uma escola com crianças na cidade de Copenhague em 1945 e fazendo diversas vítimas fatais.

Emocionante e pesado, é um filme que tem sensibilizado a maior parte do público, especialmente por algumas semelhanças com o momento atual da guerra entre Rússia e Ucrânia da qual recebemos notícias todos os dias.

Se você já conseguiu conferir O Bombardeio, veja a seguir a história real na qual ele foi inspirado.

A sede da polícia nazista no meio de Copenhague

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Em 1945, já havia algum tempo que a Dinamarca havia sido tomada pelos nazistas. Percebendo que não teria poderio bélico e nem homens o bastante para evitar uma invasão, o governo dinamarquês da época acabou não resistindo tanto, e em pouco tempo entregou o país aos alemães.

A facilidade da invasão acabou evitando que Copenhague sofresse com grandes destruições físicas, e, por isso, o governo alemão decidiu criar a sede da Gestapo, a polícia secreta da Alemanha Nazista líder em perseguições a seus opositores e também aqueles que eram considerados subversivos, na Shellhus, complexo localizado no centro da cidade.

A sede era usada principalmente para armazenar dossiês de guerra e também como centro de tortura a cidadãos dinamarqueses que foram feitos prisioneiros por qualquer motivo.

O plano entre a Resistência Dinamarquesa e a Força Aérea Real Britânica

Sem concordar com a invasão nazista, há tempos o movimento de resistência dinamarquês clamava pela ajuda dos britânicos.

Dessa forma, em 1945, membros do movimento conseguiram contato com a RAF (Força Aérea Real Britânica) e pediram para que Gestapo fosse bombardeada. O objetivo era libertar membros do movimento que se encontravam presos e acabar com os registros de outros membros que vinham sendo perseguidos pelo exército de Hitler. Com isso, a ideia era frear as operações de “caçada” aos opositores dos alemães.

Segundo relatórios, inicialmente a RAF não aceitou o pedido justamente pelo risco que a operação (mais tarde conhecida como Carthage Operation) oferecia ao ser posta em prática em uma localização no centro de uma cidade habitada.

No entanto, após vários pedidos, no início de 1945, a estratégia foi aceita e planejada com semanas de antecedência.

A ideia era realizar um ataque de baixo nível, com a utilização de caças-bombardeiros Mosquito F.B.VI, que deveriam atingir apenas o prédio da sede.

Infelizmente não foi o que aconteceu.

Ataque à escola Jeanne d’Arc

O ataque acidental à escola repleta de crianças aconteceu porque, ao ser lançado do telhado do Gestapo, um dos Mosquitos acabou atingindo um poste de energia e tendo uma das asas danificadas. Com isso, a arma perdeu o controle e acabou atingindo a escola Jeanne d’Arc no dia 21 de março de 1945.

Com o incêndio causado pelo choque da bomba contra o prédio, que ficava localizada a 1,5 km do alvo correto, outros membros do RAF acabaram se confundindo, acreditando que o alvo certo havia sido atingido, e bombardearam em duas outras ondas a mesma escola.

A sede do Gestapo acabou sendo atingida e destruída mesmo com o descuido, o que fez com que o objetivo inicial fosse completado. No caso, os registros guardados no local foram destruídos e 18 presos conseguiram escapar.

No entanto, as consequências do ataque foram gravíssimas, resultando em 86 mortes de crianças e 18 de adultos na escola atingida.

Ao todo, 125 vidas de civis foram perdidas no ataque.

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E você, o que achou da história real que inspirou o filme O Bombardeio na Netflix? Conta para a gente aqui nos comentários.

Aline ResendeFormada em Marketing e pós graduanda do curso de Língua Portuguesa e Literatura. Trabalha na área de comunicação como Criadora de Conteúdo além de fazer trabalhos de atuação e locução para materiais em vídeo. Pseudo-cinéfila e apaixonada por todo universo Geek.
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