Drama baseado em famoso livro fez sucesso na Netflix e foi indicado ao Oscar 2022. Listamos os motivos

Baseado no livro homônimo de Elena Ferrante, o drama A Filha Perdida chegou no fim de 2021 à Netflix já com status de filme de Oscar. Protagonizado por Olivia Colman, a produção apresenta um olhar sensível e cru sobre a maternidade real, o que parece ter conquistado o bastante a Academia a ponto de render três indicações em categorias importantes do maior prêmio do cinema nesse ano.

Apesar disso, a verdade é que o longa-metragem dirigido por Maggie Gyllenhaal não é uma unanimidade entre o público, e o modo como a história de Leda e sua experiência de vida foi colocada em tela acabou sendo criticada pelos espectadores que já haviam lido o livro.

De qualquer forma, a opinião dos membros votantes da Academia de Cinema parece ter sido diferente, e, ainda que não tenha recebido uma indicação à categoria de Melhor Filme, o longa acabou sendo nomeado aos prêmios de Melhor Atriz (Olivia Colman), Melhor Atriz Coadjuvante (Jessie Buckley) e Melhor Roteiro Adaptado (Maggie Gyllenhaal).

A seguir você acompanha uma breve análise dos prováveis motivos que fizeram com que A Filha Perdida recebesse esse reconhecimento no Oscar 2022.

Sobre A Filha Perdida

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Contando uma história de maternidade real, A Filha Perdida é o tipo de história que mescla drama e suspense psicológico.

Leda (Olivia Colman) é uma professora universitária de meia-idade que decide passar férias em uma tranquila cidade litorânea. Sua tranquilidade acaba sendo interrompida quando uma grande e barulhenta família passa a frequentar os mesmos espaços de convívio do local onde ela está hospedada.

Apesar da algazarra ser incômoda, o que realmente acaba perturbando os pensamentos da mulher é observar a relação de uma jovem mãe (Dakota Johnson) e sua pequena filha. As lembranças de seu passado complicado com as próprias filhas acabam levando Leda a atitudes estranhas e quase inexplicáveis.

Olivia Colman e seu desempenho sempre impecável

Há anos Olivia Colman vem sendo reconhecida por seus papéis sempre marcantes, especialmente na TV. Ela possui diversas nomeações ao Emmy, Globo de Ouro, BAFTA entre outros, e, desde 2019 (após levar o prêmio pelo filme A Favorita), se tornou uma das queridinhas da Academia de Cinema, chegando esse ano à sua terceira indicação ao Oscar.

Com esse histórico, é fácil entender por que seu desempenho em A Filha Perdida não passou batido.

Sua interpretação de uma mãe de meia-idade um tanto egoísta, porém repleta de culpa e ressentimento com as próprias escolhas, lhe caiu tão bem quanto suas outras personagens marcantes. Sua Leda cheia de expressões sutis, mas com um subtexto complexo e transparente durante seus pequenos rompantes, fez com que a atriz novamente conquistasse um posto merecido entre as melhores atuações femininas do ano.

Uma personagem forte nas mãos de uma atriz competente

Jessie Buckley é estreante em indicações, mas há anos escala o caminho em direção ao maior prêmio do cinema ao filtrar muito bem os trabalhos que aceita.

Com o papel de Jovem Leda, a atriz recebeu um presente e tanto, afinal, apesar de muito difícil, esse é o tipo de personagem cheio de camadas, com questões profundas e escolhas questionáveis. Em resumo, tudo o que uma jovem atriz talentosa precisa para entrar no radar do Oscar.

Sua interpretação da versão jovem da mãe e esposa sobrecarregada que acaba tomando uma decisão comum aos homens, mas condenada eternamente quando se é mulher (inclusive por si mesma), é angustiante, familiar e emocionante de diversas formas. Enfim, sua indicação é explicada por sua atuação complexa e muito bem executada de uma personagem difícil.

Um roteiro confiante com uma visão original

Adotando uma visão bastante particular, especialmente em comparação a obra de Helena Ferrante, Maggie Gyllenhaal conseguiu apresentar um ponto de vista claro e original sobre maternidade real e pessoas imperfeitas em seu roteiro de adaptação da obra original.

A escolha de promover muito pouca empatia geral pela personagem principal e não atenuar os pontos de egoísmo dessa mãe (ainda que justificáveis) fez com que o julgamento comum em situações parecidas da vida real fosse promovido no espectador. Com isso, a roteirista consegue levantar o velho, mas sempre necessário, pensamento de: será que julgaríamos tanto assim se a atitude fosse masculina?

Questões femininas estão cada vez mais visíveis no Oscar, especialmente aquelas que fazem refletir.

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E você, o que achou das indicações de A Filha Perdida ao Oscar 2022? Conta para a gente aqui nos comentários.

Aline ResendeFormada em Marketing e pós graduanda do curso de Língua Portuguesa e Literatura. Trabalha na área de comunicação como Criadora de Conteúdo além de fazer trabalhos de atuação e locução para materiais em vídeo. Pseudo-cinéfila e apaixonada por todo universo Geek.
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