Facebook pode ser tão viciante quanto cigarros, afirma ex-diretor
O antigo diretor de monetização do Facebook, Tim Kendall, afirmou em um depoimento enviado ao Congresso dos Estados Unidos que a rede social da qual foi diretor é projetada desde o início de modo a viciar seus usuários tanto quanto cigarros.
Não apenas isso: em parte de seu depoimento, Kendall também afirmou que teme que o Facebook seja nocivo a ponto de causar uma guerra civil. Especialmente por incitar que seus usuários consumam conteúdos impactantes e controversos a fim de que se envolvam emocionalmente e sejam mais ativos na plataforma.
O depoimento foi publicado na quinta-feira, 24 de setembro de 2020, e ganhou bastante repercussão pela internet. Tim Kendall foi diretor de monetização do Facebook de 2006 a 2010. Hoje em dia ele é CEO do aplicativo Moment, que ajuda seus usuários a organizarem melhor seus horários.
Denúncias parecidas contra o Facebook
Tim Kendall não foi o primeiro ex-funcionário a denunciar o Facebook por incitar a polarização e por deliberadamente viciar seus usuários. No início de setembro, por exemplo, um engenheiro de software do Facebook pediu demissão em protesto ao Facebook. Segundo ele, a rede social lucra disseminando ódio nos EUA e no mundo.
Ambas as denúncias têm algo em comum: a hipótese de que o Facebook está recompensando postagens envolvendo conteúdos de ódio e desinformação a fim de aumentar o engajamento e lucrar mais com a exibição de propagandas.
Também em setembro, no dia 14, uma antiga cientista de dados do Facebook, Sophie Zhang, também fez uma denúncia semelhante. Segundo um memorando publicado por ela, o Facebook deliberadamente ignora ou age lentamente contra evidencias de contas fakes interferindo em discussões envolvendo política.
Além disso, em agosto de 2020, mais de mil empresas se juntaram à campanha de boicote ao Facebook intitulada “#StopHateForProfit” (“Pare o ódio pelo lucro”, em tradução livre). Além disso, os críticos da rede social também apontaram para o tratamento da empresa em relação à privacidade de seus usuários e para as interferências estrangeiras nas eleições presidenciais dos EUA.
É possível que tais protestos levem, no futuro, o governo dos EUA a endurecer a forma como regulamenta as redes sociais. E nos faz pensar na seguinte questão: não deveria haver um setor responsável em tais empresas focado em tornar seus produtos menos viciantes? Pois hoje o foco parece ser sempre o de torná-los cada vez mais viciantes, nunca menos.
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