Harry Potter | Conheça alguns caminhos que podem salvar futuro do Mundo Bruxo

“Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore” não vingou. Os índices demonstrados pelas bilheterias do filme ao redor do mundo provaram que, muitos dos fãs que um dia já lotaram as salas de cinema para assistir “Harry Potter“, já não estão dispostos a consumir um conteúdo que encontra dificuldades até mesmo em justificar sua necessidade de existir.

Tendo notado isso, o colunista Roberto Sadovski, do UOL, publicou uma matéria recente onde fala sobre 5 possíveis maneiras de salvar “Harry Potter“. Em continuidade a esse pensamento, o Sobre Sagas optou por se aprofundar nas reflexões feitas pelo veículo para que se pudesse, em um processo conjunto, especular sobre como esse universo poderia ser salvo. Confira a seguir:

1. J.K. Rowling precisa se aposentar

“Harry Potter é maior que J.K. Rowling“. É essa a frase que muitos fãs da saga utilizam para continuar consumindo produtos da franquia sem se sentirem culpados pelo fato de estarem financiando uma pessoa transfóbica. Para dar início a essa matéria, contudo, se parte de uma nova premissa: Harry Potter PRECISA ser maior que J.K. Rowling.

“Animais Fantásticos” é o exemplo vivo de que “Harry Potter” requer novas mentes pensando sobre seu desenvolvimento. Apesar da ideia de separar criatura e criador ainda gerar longos debates nas redes, a inexperiência de Rowling com outras mídias tem se provado como um dos principais motivos pelo fracasso recente da nova franquia.

Nesse momento, não discutiremos sobre a ideia de enriquecer ainda mais uma pessoa com pensamentos tão antiquados – afinal de contas, ela já é milionária e independente do que ocorra continuará sendo. Além disso, é evidente que a Warner Bros. irá explorar esse universo por diversas outras frentes – que querendo ou não, continuarão a encher os cofres da autora.

As formas como o público que consome cultura pop deveria lidar com a transfobia de J.K. Rowling certamente deixaria essa matéria ainda mais extensa. Por esse motivo, partindo da premissa que novas produções irão existir, é seguro dizer que seria saudável para o Mundo Bruxo se a única função de J.K. Rowling fosse receber seus royalties por ele. 

2. O Mundo Bruxo precisa de um Kevin Feige

Quem acompanha os principais lançamentos dos cinemas já sabe: nós vivemos na era dos universos compartilhados. A ideia de produzir filmes que, além de funcionarem independentemente, também se relacionam entre si é a aposta do momento dos principais conglomerados de mídia. É claro que, se continuado no universo dos cinemas, “Harry Potter” também deveria ser enxergado como tal.

Como já dito anteriormente, concordamos com a matéria do UOL ao pensar que, idealmente, seria necessário que J.K. Rowling se afastasse dos projetos. Apenas isso, contudo, não é suficiente para que se garanta que o Mundo Bruxo alcance o sucesso de outros universos cinematográficos. Nesse ponto, faz-se necessário um planejamento de médio e longo prazo – o de curto nós abordaremos mais a frente.

Nesse sentido, o próprio mundo do entretenimento já nos apresenta um exemplo factível: Kevin Feige. É impossível pensar na Marvel sem citar a visão de futuro que ele teve em planejar diversas fases para o estúdio e como todas essas conexões aconteceriam de forma estratégica e compartilhada.

Ter alguém com voz ativa e vasta experiência em cinema a frente do Mundo Bruxo é, nesse momento, indispensável. Determinar para onde essas histórias estão indo, quais são seus propósitos, quem são seus protagonistas e qual o sentido dos seus títulos são questões que merecem atenção – e enquanto continuarem sendo tidas como supérfluas, é difícil que esse universo alavanque.

3. Harry Potter já estabeleceu seu legado. É hora de descansar.

Considerando que a ideia de universos compartilhados é a bola da vez no mundo dos cinemas, se faz necessário avaliar até que ponto essas histórias devem se relacionar. Nesse sentido, a premissa de “Animais Fantásticos e Onde Habitam” acerta ao tentar explorar novos locais e sociedades, mas os filmes erram no tratamento que dão a esse direcionamento – o que acaba fazendo com que eles recorram a Hogwarts para avivar a nostalgia dos fãs da franquia original.

Nesse ponto, entretanto, é necessário dizer algo que pode doer em alguns fãs: o legado de “Harry Potter” precisa descansar. Isso não significa que novas produções do Mundo Bruxo tenham que ser vistas com maus olhos, mas que as premissas apresentadas por elas devem se sustentar independentemente da história do menino que sobreviveu – já consolidada por aqui.

É claro que com um enredo que se passa após “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte II”, a Warner Bros. conseguiria arrastar milhares de pessoas para os cinemas ao redor do mundo. A pergunta que deve ser feita, entretanto, é: vale a pena arriscar o legado de algo já bem consolidado em uma produção cujo sucesso é incerto?

Nos cinemas, a saga “Harry Potter” encerrou quebrando recordes de audiência e sendo aprovada pela maioria esmagadora da crítica especializada. Reviver a franquia em um projeto de curto prazo acrescentaria ao universo um risco ainda maior que o oferecido por “Animais Fantásticos”: a possibilidade da saga “Harry Potter” ser finalizada em algo que é indigno do sucesso do seu passado.

4. Projetos independentes podem ser uma boa saída

Além dos pontos já citados anteriormente, uma das possíveis saídas de salvar o legado de “Harry Potter” pode ser abordar o universo através de uma estratégia transmidia. Em tese, franquias bem sucedidas podem ser vistas como potes de ouro pelos conglomerados de mídia. Mas ao se tratar do Mundo Bruxo, a saída pode estar em produções independentes que tenham em comum apenas o fato de se passarem no mesmo universo.

Veja bem: o universo já está consolidado, e a maioria de suas premissas são claras como água. Trabalhar essas premissas para retratar histórias específicas do Mundo Bruxo pode ser uma excelente saída. Assim, se evitam as subtramas desnecessárias de “Animais Fantásticos” ao criar histórias com propósito, início, meio e fim bem definidos.

Nesse ponto, também seria possível que os conteúdos fossem variados e que, assim, os executivos por trás do universo pudessem balizar o que dá certo e, principalmente, o que não dá. Séries, curtas, animações, vale tudo na tentativa de transformar um universo complexo em produções dignas do seu legado.

5. “Animais Fantásticos” não tem saída. “Criança Amaldiçoada” também.

Em seu texto, Sadovski foi bastante assertivo ao dizer que “Animais Fantásticos” deve passar a ser visto como um “delírio coletivo”. Tomaremos a liberdade, então, de acrescentar mais um título a lista de coisas que não deveriam ter existido: “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada”.

Apesar de funcionar bem como peça, o roteiro em questão – canonizado por J.K. Rowling – está cheio de furos e rectons. A ideia de [SPOILER] Belatriz Lestrange ter engravidado de Voldemort é uma inconcebível até para quem nunca abriu um livro de “Harry Potter” na vida, e ter a imagem que os filmes apresentam de Tom Riddle apenas tornam as coisas ainda mais tenebrosas. Esqueçamos que isso existe.

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