O Soldado que Não Existiu: conheça a história real que inspirou o novo filme de espionagem da Netflix

O Soldado que Não Existiu é um dos grandes lançamentos do mês na Netflix conquistando vários assinantes ao ser baseado em uma curiosa história real da Segunda Guerra Mundial.

Com um elenco cheio de estrelas como Collin Firth e Jason Isaacs, e dirigido por John Madden, o filme está entre os mais assistidos do streaming desde sua estreia na última semana.

Contando a trama de soldados da Inteligência Britânica que armaram um plano ousado para enganar o exército alemão, o filme se desenrola contando todos os preparativos necessários para garantir que a missão fosse bem-sucedida.

São tantos detalhes, e tantas chances de dar errado que é bastante inusitado pensar que isso realmente aconteceu, mas a seguir você confere a história real que inspirou O Soldado que Não Existiu, da Netflix.

Sobre O Soldado que Não Existiu

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Nesse longa, após se ver em desvantagem durante a metade da Guerra após Hitler já ter tomado boa parte da Europa, a Inglaterra precisa desesperadamente de um plano.

É nesse contexto que dois agentes da Inteligência acabam tendo uma ideia que, se bem sucedida, pode enganar o inimigo e dar uma grande chance a seu exército de recuperar um território importante.

Para isso, no entanto, será necessário muito planejamento, a autorização do Primeiro-Ministro, e muita, muita sorte.

A história real por trás de O Soldado que Não Existiu

Conhecida como Operação Carne Moída, a trama que inspirou o filme O Soldado que Não Existiu foi parte de uma operação ainda maior, chamada de Operação Barclay, que deveria operar uma invasão aliada à Sicília, na Itália.

Para isso, dois soldados britânicos tiveram a ideia de usar um cadáver desconhecido carregando documentos de planos falsos, que, ao ser encontrado pelo inimigo, deveria enganá-lo sobre o real alvo de invasão da Grã-Bretanha.

Apesar de inusitada e ousada, a ideia em si não é tão original quanto se pensa, e surgiu depois de avaliação de outras ocorrências parecidas que tiveram sucesso.

A inspiração para o plano

Os agentes Ewen Montagu e Charles Cholmondeley tiveram a ideia para seu plano depois de lerem o memorando Trout de 1939, escrito pelos agentes John Godfrey e Ian Fleming (que mais tarde se tornaria o autor da série de livros 007).

Nesse memorando, ambos expunham diversos esquemas que poderiam ser usados para enganar um inimigo em tempos de guerra, entre eles, o uso de um cadáver com documentos falsos que poderiam levar o adversário ao erro em várias situações.

Essa tática já era uma velha conhecida dos britânicos, tendo sido praticada em algumas situações durante a Primeira Guerra Mundial e mesmo ali, na Segunda. No entanto, devido a sua natureza comum naqueles tempos (mortos com informações), era sempre difícil para o inimigo detectar que estava sendo enganado.

O plano em prática

Dessa forma, em 1943 a Operação Carne Moída foi posta em pauta onde um cadáver deveria carregar supostas correspondências, sugerindo que o exército britânico tinha como alvo uma invasão à Grécia e a Sardenha, e que à Sicília não passaria de um ardil para que essa suposta tomada grega fosse um sucesso. Resumindo, uma contrainformação já que o objetivo final era realmente a Itália.

O plano foi aprovado por Churchill, e com isso, o corpo do homem que assumiria a identidade falsa de um Major Interino da marinha britânica, foi transportado por submarino até a costa da Espanha, onde acabou sendo encontrado no dia seguinte por um pescador.

Neutra na época, a Espanha acabou por compartilhar os documentos encontrados junto ao corpo com a Abwehr, a Inteligência Alemã presente no país, antes de devolver os “originais” para a Inglaterra.

Exames forenses nos documentos mostraram que eles haviam sido lidos, e a marcha de reforços alemães para a Grécia e a Sardenha comprovou que os nazistas haviam caído na armadilha já que a Sicília não recebeu nenhum reforço nem mesmo quando já estava sendo invadida.

Dessa forma, até que os alemães se tocassem do engano a operação foi um sucesso e serviu como uma vantagem importante em toda a estratégia da Operação Barclay, que ao fim conseguiu retomar o território italiano como muito menos resistência que o esperado.

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Aline ResendeFormada em Marketing e pós graduanda do curso de Língua Portuguesa e Literatura. Trabalha na área de comunicação como Criadora de Conteúdo além de fazer trabalhos de atuação e locução para materiais em vídeo. Pseudo-cinéfila e apaixonada por todo universo Geek.
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