Árvores da Paz: conheça a história real que inspirou o novo drama da Netflix

O filme Árvores da Paz chegou à Netflix na semana passada e se mostrou um dos longas mais emocionantes disponíveis na plataforma. Inspirado na história real do Genocídio em Ruanda acontecido nos anos 90, o filme retrata de forma fictícia os desafios que diversas mulheres precisaram enfrentar para sobreviver naquele período.

Alanna Brown é a diretora por trás de Árvores da Paz e sua jornada até chegar ao produto final do filme contou com muita pesquisa e diversas entrevistas com sobreviventes do acontecido.

Confira a seguir os detalhes da história real que inspirou esse lançamento recente da Netflix.

A inspiração de Alanna Brown para Árvores da Paz

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Alanna Brown não apenas dirigiu como também é a responsável pelo roteiro de Árvores da Paz, e segundo ela, a ideia para o filme surgiu após ela entrevistar mulheres participantes de uma organização que se dedica a auxiliar sobreviventes do genocídio de Ruanda.

Após ouvir diversas histórias de mulheres sobre como conseguiram se agarrar a vontade se sobreviver para superar esse episódio tão horrível ocorrido em suas vidas, a diretora decidiu personificar essas inúmeras histórias em quatro personagens femininas distintas.

Para além disso, a diretora esteve em Ruanda em 2019 e visitou memoriais e locais históricos do genocídio, e também conversou com vários estudiosos do caso no local.

A visita também mostrou que a reconstrução do país contou com muito mais figuras femininas no governo, subindo de 18% na época anterior ao genocídio para 56% quando a retomada do país iniciou de verdade. Esse número de mulheres em um governo é o mais expressivo no mundo, e esse ponto teve um grande significado para a história que a diretora decidiu contar em seu filme.

O genocídio que destruiu um país

O chamado Genocídio de Ruanda é um dos episódios mais cruéis e vergonhosos da história da humanidade, especialmente considerando que não houve qualquer intervenção humanitária de órgãos internacionais ou países para cessar o acontecimento.

Acontecido entre abril e julho de 1994, o genocídio foi iniciado quando extremistas hutus e uma milícia armada que assumiram o controle do governo assassinaram o presidente de Ruanda, Juvénal Habyarimana, e um dia depois começaram o ataque aos grupos étnicos tutsi e aos hutus moderados.

Com mais de 100 dias de duração, os ataques violentos arrancaram pessoas de suas casas e de outros locais de convívio, e resultaram em incontáveis casos de violência sexual contra mulheres. Quase todos esses casos eram terminados em assassinato, e ao final desse período foram contabilizadas mais de 1 milhão de mortes em todo o país.

A omissão racista das Nações Unidas (ONU)

Atualmente vemos uma preocupação massiva de vários países, e mais fortemente da ONU, em relação à guerra que ocorre na Ucrânia. Porém, os esforços pela paz foram bem menos evidentes no caso do genocídio em Ruanda.

Mesmo com os avisos do líder das forças da ONU em Ruanda, General Romeo Dallaire, de que uma forte onda de violência estava prestes a estourar após o fim da guerra civil, as Nações Unidas diminuíram suas forças de segurança no país, inviabilizando qualquer tipo de contenção aos ataques que ocorreram pouco tempo depois.

Além disso, quase nenhuma ação para a retirada de civis aconteceu, e há diversos relatos de sobreviventes de que quando entrava no país com essa proposta, a ONU dava preferência para a evacuação apenas de pessoas brancas.

Relatos semelhantes foram mostrados algumas vezes nos noticiários desse ano quando a guerra na Ucrânia começou, evidenciando o racismo nunca superado mesmo em situações de vida ou morte.

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E então, já assistiu Árvores da Paz na Netflix? O que você achou do filme? Conta para a gente aqui nos comentários.

Aline ResendeFormada em Marketing e pós graduanda do curso de Língua Portuguesa e Literatura. Trabalha na área de comunicação como Criadora de Conteúdo além de fazer trabalhos de atuação e locução para materiais em vídeo. Pseudo-cinéfila e apaixonada por todo universo Geek.
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