Conheça a história real que inspirou a minissérie da Netflix ‘Olhos que Condenam’

Entre as melhores opções de séries da Netflix, daquelas que podem render grandes e boas reflexões, está a série ‘Olhos que Condenam’. A produção é uma das mais impactantes entre os títulos da Netflix.

Nesta matéria do Tech News Brasil, você conhece um pouco da minissérie tão elogiada e conhece a história real que inspirou Olhos que Condenam. Confira!

Sobre a minissérie Olhos que Condenam

Lançada em 2019, Olhos que Condenam é uma produção sobre crime em formato de série limitada (ou simplesmente, minissérie). A produção, criada por Ava DuVernay, tem nota 8,9 no IMDB e aprovação de 89% do público no Rotten Tomatoes.

A trama gira em torno de cinco garotos, de idade entre 14 e 16 anos, de Harlem, um bairro da periferia em Nova Iorque, que têm de sofrer um grande pesadelo ao serem acusados injustamente por um caso de estupro ocorrido no Central Park. Intitulada originalmente ‘Central Park Five’, a série da Netflix lançada no dia 31 de maio de 2019 é um retrato bastante fiel de um dos piores erros judiciários já registrados nos Estados Unidos, colocando em evidência o racismo e o elitismo presentes no sistema penitenciário do país.

Ao longo dos episódios, é mostrado o impacto sofrido pelos meninos e pelas famílias diante do equívoco cometido pela Justiça, levando garotos inocentes à condenação por um crime que não cometeram.

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A minissérie Olhos que Condenam é baseada em uma história real?

Sim, a minissérie dramática sobre crime da Netflix é baseada em uma história real. Infelizmente, a história não é um caso isolado, tendo em vista que casos como esse acontecem com uma frequência maior do que as pessoas imaginam.

O caso retratado na série, especificamente, aconteceu de verdade em 1989. Em uma noite, uma banqueira de investimento chamada Trisha Meilli, que na época tinha 28 anos, estava correndo no Central Park, em Manhatan, quando foi atacada e violentada sexualmente. Além do estupro, Trisha também foi espancada e, por pouco, não foi a óbito. Em vez disso, a jovem acabou ficando em coma durante 12 dias.

Depois do ocorrido, cinco garotos de descendência africana e um hispânico foram presos, acusados de crimes cometidos por mais de 30 adolescentes naquela região. Desse modo, Raymond Santana, Kevin Richardson, Antron McCray, Yusef Salaam e Korey Wise foram acusados e acabaram em julgamento por agressão, roubo, motim, estupro, abuso sexual e tentativa de homicídio relacionados ao ataque de Meili e a outros ataques no parque.

Ao longo dos interrogatórios e das investigações, todos os garotos, exceto um, admitiram fazer parte de boa parte dos ataques acontecidos no parque. Porém, a respeito do caso de Trisha, nenhum deles afirmou ter executado o crime. Até então, tudo que eles teriam afirmado é que foram cúmplices da situação.

Até a confissão em fita sobre agirem como cúmplices foi contestada mais tarde, porque os quatro meninos retiraram as declarações, afirmando que a polícia teria os coagido a confessarem algo que não fizeram, além de intimidá-los para isso. O único que não cedeu à intimidação da polícia foi Salaam, que fez uma confissão verbal, mas se recursou a gravar uma fita ou mesmo assinar algum papel de registro de confissão.

Inclusive, Salaam só disse que estava presente durante o crime cometido contra Trisha depois que um policial teria mentido sobre encontrar as impressões digitais nas roupas da vítima. Ainda, o garoto falou que os detetives costumavam dar surras nos seus amigos, a fim de fazer com que contassem algo à polícia — no caso, que eles eram os culpados.

Mesmo sem haver provas que apontassem para os garotos, eles tiveram sua identidade e informações pessoais reveladas, como se fossem verdadeiros criminosos. Além disso, eles também foram condenados a 5 e 15 anos de prisão. Somente em 2002, Matias Reyes, que já era condenado à prisão perpétua, confessou ter estuprado a mulher no Central Park, demonstrando saber de fatos nunca revelados na mídia. O DNA confirmou a revelação.

Diante da situação de Reyes como prisioneiro, ele não foi processado pelo caso. Os garotos foram soltos no dia em que Reyes fez a confissão e tiveram seus nomes limpos.

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Elouise LopesGraduanda em Comunicação Organizacional na UTFPR, com experiência na área de Gestão de Pessoas e em Marketing Digital. Amante de filmes de ação com protagonista feminina e fã de café à meia-noite.
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