Funcionários da Pixar estão irritados com modelo de lançamento da Disney

Ao longo desta semana, alguns funcionários do estúdio de animação Pixar demonstraram abertamente insatisfação com o novo modelo de lançamento da Disney.

Segundo eles, o modelo de lançar alguns filmes exclusivamente no Disney Plus, e outros simultaneamente no Disney Plus e nos cinemas ou cobrando uma taxa extra aos assinantes do streaming, está fazendo com que alguns títulos sejam mais valorizados pela Disney do que outros.

Entenda melhor esta polêmica nesta matéria do Tech News Brasil.

Woody, personagem da Pixar
Woody, personagem de Toy Story, franquia da Pixar (Imagem: THESE/Unsplash)

O novo modelo de lançamento da Disney

Por conta da atual pandemia de Covid-19, muitos estúdios tiveram que adaptar não apenas a forma como produzem, mas também a forma como lançam suas produções. Afinal, os cinemas permaneceram — e ainda permanecem — completamente fechados ou ou funcionando com capacidade bastante limitada. O resultado disso é óbvio: prejuízo para a indústria cinematográfica.

Para contornar este problema, a Disney adotou a estratégia de lançar suas produções em sua plataforma de streaming, o Disney+. Algumas produções chegaram “de graça” aos assinantes do serviço. Ou seja, eles não precisavam pagar nenhuma taxa além da própria mensalidade, que, no Brasil, está em R$ 27,90. É o caso, por exemplo, da mais recente animação da Pixar, Soul, que estreou gratuitamente (para assinantes) no Disney Plus no dia 25 de dezembro de 2020.

Por outro lado, algumas produções chegaram ao streaming de maneira um pouco diferente. Como é o caso, por exemplo, da adaptação em live-action da já clássica animação Mulan. Para os assinantes assistirem à produção na época do lançamento, eles precisavam pagar USD$ 29.99 por uma espécie de “ingresso virtual“.

A primeira estratégia aumenta consideravelmente o número de assinantes do serviço de streaming, mas não rende muito lucro para o estúdio responsável pela animação. Já o segundo, além de manter o número de assinantes, ainda gera uma renda extra graças aos “ingressos virtuais”.

Alguns filmes terem um tipo de lançamento, e outros filmes terem outro, gera uma espécie de tensão dentro da companhia. E é justamente por isso que alguns funcionários da Pixar estão bem insatisfeitos.

Filmes da Pixar têm entrado na primeira categoria de lançamento

Aparentemente, todos os filmes da Pixar têm seguido o mesmo padrão de lançamento: chegarem gratuitamente ao Disney Plus, sem nenhuma cobrança a mais ao assinante. Além disso, eles não estão tendo lançamentos simultâneos no streaming e nos cinemas.

Mas alguns outros filmes estão. Como o mais recente filme da Disney, Raya e o Último Dragão. Os fãs que desejassem assistir à animação precisariam escolher: ou pagar o “ingresso virtual” e assisti-la no Disney Plus, ou irem aos cinemas, pois o filme também foi lançado neles.

Futuros filmes da Disney também vão seguir este modelo de lançamento. Black Widow e Cruella, por exemplo, vão chegar tanto ao streaming (com ingresso virtual) quanto aos cinemas.

Mas as animações da Pixar não. Depois de Soul, que chegou “de graça” ao Disney+, a primeira e única animação da Pixar de 2021, Luca, também vai chegar ao serviço de streaming sem nenhuma taxa adicional. E também não vai ter lançamento simultâneo nos cinemas.

luca-pixar
Luca, futura animação da Pixar (Imagem: Divulgação/Pixar)

O que isso pode significar?

Do ponto de vista dos negócios, pode significar uma coisa bem óbvia: que a Disney não acredita que as animações da Pixar vão dar um retorno financeiro tão grande a ponto de justificar um lançamento simultâneo nos cinemas ou a cobrança de uma taxa extra aos assinantes.

Um recente tweet de Matthew Belloni, diretor editorial do Hollywood Reporter, deixou bem claro como os funcionários da Pixar podem estar se sentindo. Confira abaixo:

Belloni supostamente ouviu de um amigo que trabalha na Pixar o seguinte: “esqueça os cinemas, nós não somos bons o bastante nem mesmo para uma cobrança extra?” O suposto questionamento do funcionário tem relação justamente com a estratégia de lançamento que tem sido adotada pela Disney.

Ela pode causar nos funcionários de determinados estúdios — como os da Pixar — a impressão de que seus esforços não estão sendo tão valorizados assim.

No momento, nos resta esperar pelas cenas dos próximos capítulos. A animação Luca está prevista para estrear no Disney+ no dia 17 de junho de 2021. Será que a Disney muda de ideia até lá?

 

Quer ficar por dentro de todas as novidades do mundo da tecnologia e do entretenimento? Pois nos siga no Twitter e tenha acesso em primeira mão a todas as postagens aqui do Tech News Brasil!

Fonte: Screen Rant e Game Rant

Alexandre Garcia PeresEditor do Sobre Sagas e Analista de SEO da WebGo/Content. Raramente ri com filmes e prefere muito mais um dramão. Sempre conta os dias pelos próximos filmes do Tarantino, da Pixar e do Studio Ghibli e frequentemente reassiste os mesmos filmes na dúvida do que assistir. Pela formação em Letras, tem pavor de adaptações ruins de livros e sente um leve prazer ao assistir filmes muito ruins, especialmente os que passam na TV aberta. No tempo livre, gosta de tocar violão/guitarra, jogar videogame e brincar com um dos seus 12 gatos.
Fechar