Sweet Tooth | Diferenças entre a série da Netflix e os quadrinhos

Confira aqui as principais diferenças entre a série Sweet Tooth, da Netflix, e os quadrinhos de Jeff Lemire nos quais ela foi baseada.

Conheça as diferenças entre a série Sweet Tooth e os quadrinhos (Imagem: Reprodução/Netflix | DC Comics)

Na última sexta-feira (04), estreou no catálogo da Netflix a primeira temporada de  Sweet Tooth, a mais nova série de fantasia da plataforma que é uma adaptação dos quadrinhos do quadrinista canadense Jeff Lemire. Caso você não conhecesse anteriormente a obra, há grandes chances de você ter deixado passar as principais diferenças entre a série Sweet Tooth e os quadrinhos que serviram de inspiração para ela.

Se esse é o seu caso, pode ficar tranquilo: nós, do Sobre Sagas, preparamos esta matéria com as principais diferenças entre a série Sweet Tooth, original da Netflix, e os quadrinhos nos quais ela foi baseada. Só tenha em mente que há spoilers da série e dos quadrinhos adiante!

O tom da série

Se você já leu algum dos quadrinhos de Sweet Tooth e assistiu ao menos um episódio da série, você certamente deve ter percebido que as duas mídias têm tons bem diferentes.

Embora os quadrinhos de Jeff Lemire tenham os mesmos elementos de fantasia que a série da Netflix, eles pendem muito mais para uma espécie de terror, lembrando bastante os contos de fadas antigos antes de serem suavizados ao longo dos séculos.

O clima de terror é construído em especial pelo próprio traço de Jeff Lemire. Os personagens não são fofinhos como na série. Em vez disso, eles têm, em sua grande maioria, traços bastante grotescos, muitos deles anatomicamente improváveis. Um bom exemplo é o Dr. Singh (Adeel Akhtar), que tem na série um visual muito mais amigável que nos quadrinhos, como você pode ver na comparação abaixo.

À esquerda, Adeel Akhtar como Dr. Singh; à direita, Dr. Singh nos quadrinhos de Sweet Tooth (Imagem: Reprodução/Netflix | DC Comics)
À esquerda, Adeel Akhtar como Dr. Singh; à direita, Dr. Singh nos quadrinhos de Sweet Tooth (Imagem: Reprodução/Netflix | DC Comics)

A ambientação

Nos quadrinhos, a viagem de Gus (Christian Convery) é do Nebraska até o Alasca. Não atoa, uma das principais referências visuais para Jeff Lemire foi o filme A Viagem (2009), que tem uma premissa bastante semelhante — pai e filho viajando por um mundo pós-apocalíptico em busca do mar.

Por ser do Nebraska ao Alasca, Gus passa por várias regiões bastante inóspitas. Já na adaptação da Netflix, Gus viaja de Wyoming ao Colorado, ou seja, tem um trajeto bem menor e passa por regiões bem menos inóspitas. E isso reflete também no visual da série, que tem uma vegetação bem mais colorida e, consequentemente, dá à adaptação um tom completamente diferente do tom dos quadrinhos.

Motivo da viagem

A motivação para a viagem de Gus e Jepperd também é diferente nos quadrinhos. Na série, Gus acredita que sua mãe ainda está viva, vivendo no Colorado, e o jovem híbrido pede ao caçador Jepperd para levá-lo até lá. Ou seja, a motivação para a viagem de Gus na série é a de encontrar sua mãe, agora que seu pai está morto.

Nos quadrinhos, entretanto, Gus não parte em busca de sua mãe. Em vez disso, Gus é resgatado por Jepperd após o jovem híbrido ser atacado e o caçador promete levá-lo até uma reserva, na qual supostamente os híbridos podem viver em segurança.

Pai de Gus

Gus e seu pai nos quadrinhos de Sweet Tooth (Imagem: Reprodução/DC Comics)
Gus e seu pai nos quadrinhos de Sweet Tooth (Imagem: Reprodução/DC Comics)

Na série, o pai de Gus, Pubba, interpretado pelo ator Will Forte, é representado como um pai bondoso e paciente. Nos quadrinhos, entretanto, Pubba está mais para um fanático religioso. Embora realmente leve Gus para longe da civilização, a fim de protegê-lo, ele passa grande parte do tempo dando sermões religiosos a Gus, colocando medo no jovem híbrido com passagens bíblicas sobre o destino cruel reservado aos pecadores.

A forma como Pubba vê seu filho também é diferente. Ele acredita que Gus faz parte de uma nova raça, enviada à Terra por Deus a fim de substituir a imperfeita humanidade.

Entretanto, tanto a versão dos quadrinhos quanto a da série têm o mesmo arco: levar Gus para longe da civilização, educá-lo e morrer vitimado pela praga. O que muda, novamente, é apenas o tom com o qual o personagem é representado.

Tommy Jepperd

À esquerda, Nonso Anozie como Tommy Jepperd; À direita, Tommy Jepperd nos quadrinhos de Sweet Tooth (Imagem: Reprodução/Netflix | DC Comics)
À esquerda, Nonso Anozie como Tommy Jepperd; À direita, Tommy Jepperd nos quadrinhos de Sweet Tooth (Imagem: Reprodução/Netflix | DC Comics)

Tommy Jepperd também é muito diferente nos quadrinhos. Na série, ele é interpretado por Nonso Anozie, um ex-jogador de futebol americano. Nos quadrinhos, entretanto, ele é um ex-jogador de hóquei branco.

Porém, as diferenças não param por aí. Como já comentamos, na série, Jepperd ajuda Gus em sua tarefa de viajar até o Colorado em busca de sua mãe, mesmo acreditando que as chances de ela estar viva são baixas. Nos quadrinhos, Jepperd mente que está levando Gus a uma reserva. Na verdade, ele leva o jovem híbrido a um dos acampamentos da milícia em que cientistas estão realizando experimentos com híbridos a fim de obterem a cura para a praga.

Embora Jepperd se redima nos quadrinhos posteriormente, voltando a ajudar Gus, ele inicialmente é representado como um inescrupuloso vilão. Na série, ao menos até o momento, Jepperd parece ser uma pessoa bondosa, genuinamente interessada em ajudar Gus.

Exército Animal

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O exército animal nos quadrinhos de Sweet Tooth (Imagem: Reprodução/DC Comics)

O Exército Animal existe tanto nos quadrinhos quanto na série. Entretanto, as duas mídias representam o Exército Animal de maneira drasticamente diferente.

Na série, o Exército Animal é liderado por Ursa (Stefania LaVie Owen) e é composto por humanos que adoram os híbridos e que, por isso, se vestem com roupas que lembram animais e tentam ajudá-los ao máximo. Eles vivem num parque de diversões, que é um dos poucos lugares com eletricidade, onde passam o dia se divertindo.

Nos quadrinhos, o Exército Animal não tem nada de divertido e bonitinho. Ele é liderado por um homem chamado Glebhelm, que cria seus cinco filhos, híbridos de cães e humanos, como verdadeiras máquinas de matar. Glebhelm também tem interesse pelos híbridos, mas apenas por acreditar que, caso seus filhos os devorem, eles vão adquirir parte de suas habilidades especiais.

Dr. Singh

Outro que mudou bastante na adaptação da Netflix foi o Dr. Singh, interpretado na série pelo ator Adeel Akhtar. Na série, ele ganhou bem mais protagonismo, recebendo até mesmo uma história de fundo — e uma esposa, interpretada por Aliza Vellani, que não aparece nas HQs.

A principal motivação de Singh na série é manter sua esposa viva. Nos quadrinhos, ele faz parte da milícia e realiza experimento em híbridos com o intuito de tentar encontrar uma cura para a praga. Além disso, ele tem acesso à Bíblia que o pai de Gus estava escrevendo (lembra que comentamos que ele era um fanático?) e se torna obcecado por ela, passando a acreditar que Gus realmente é um enviado divino.

Aimee e Wendy

Sabe todo aquele arco com Aimee (Dania Ramirez) e a reserva? Pois é: nos quadrinhos, Aimee não existe. Ela é uma personagem criada exclusivamente para a série. Além disso, nem mesmo a Reserva é vista nos quadrinhos. Tudo o que se sabe são apenas algumas lendas sobre o lugar, mas nada concreto.

Já a híbrida Wendy (Naledi Murray), que vive na Reserva com Aimee, realmente existe nos quadrinhos. Entretanto, Gus a conhece em um contexto totalmente diferente, enquanto é mantido prisioneiro pela milícia.

 

E aí, gostou de conhecer as diferenças entre a série Sweet Tooth e os quadrinhos? Qual diferença te surpreendeu mais? Gostou da mudança de tom na adaptação da Netflix? Pois conta para a gente aí nos comentários!

Além disso, fique sempre ligado(a) aqui no Sobre Sagas para mais matérias completas sobre suas séries e filmes favoritos!

Fontes: DC Fandom, Netflix, Screen Rant e Slate

Editor, redator e revisor da WebGo Content, graduado em Letras – Português/Inglês. Tem experiência com redação e revisão de textos para Web. Apaixonado por poesia, literatura, games, tecnologia e gatos.

1 comentário

  • Parabéns pelos textos, cara. Ficou show.

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